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Pequenos erros sem importância: Seis imagens tomadas de seis ângulos diferentes, que não estão colocadas em sequência, são distribuídas lado a lado, separadamente. É como se entre cada imagem surgissem lapsos temporais e pequenos hiatos. As impressões se organizam quase como num caleidoscópio, a partir de uma estrutura geométrica espelhada. Galhos de árvore se bifurcam, se refletem e, em alguns momentos, dão a sensação de continuidade entre as imagens. Logo em seguida essa ilusão se desfaz e o todo caótico aparece, assim como micro desníveis e interrupções no alinhamento das fotografias. Outro trabalho (O pulso de todos os tempos) reúne os mesmos seis quadros sobrepostos. Com isso as camadas se entrelaçam, se conectam, se distanciam e criam luzes e texturas diversas. É como se a sobreposição trouxesse um tempo de condensação, em vez da dispersão das seis imagens anteriores. Tudo passa a acontecer no mesmo instante, no mesmo lugar, numa soma densa e turva de imagens. Não há espaçamento dos quadros num sentido de sucessão contínua, como no cinema, e sim o procedimento de reter tudo num único espaço, o papel. Com isso, a artista inventa dimensões que as imagens não teriam isoladamente.

Cauê Alves

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