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TEIMA

Os trabalhos que ora se apresentamna Galeria Acervo têm em comum o gosto pela reiteração e experimentação de práticas gráficas variadas. 

 

Ana Calzavara traz um conjunto de xilogravuras, monotipias e fotografias  que giram em torno da ideia de uma não-totalidade: são imagens com mínimos desajustes de registro, sobreposições não coincidentes, descontinuidades, ausências, fragmentos. A visão de uma cena é sempre revelada por partes e, se há uma imagem única, ela é justamente feita da justaposição de várias outras ou da sobreposição de várias de si mesma. A unidade é sugerida pelo cromatismo das obras e pelo reconhecimento de elementos que discretamente se repetem aqui ou ali. 

 

Maria Zilbersztejn traz monotipias e desenhos em diferentes suportes. Essas imagens partem de uma pesquisa sobre diversos tipos de projeções e catalogações inscritas no vocabulário cartográfico. São usadas imagens-guia que funcionam como uma espécie de carimbo: uma mesma imagem é refeita algumas vezes e o resultado nunca é exatamente o mesmo. Essas imagens, que servem a uma contenção e organização do espaço existente, são reconfiguradas e podem gerar, a cada vez, novas leituras.

 

Ambas parecem indagar-se sobre como podemos estabelecer, hoje, relações com o que entendemos por paisagem. Talvez essa teima em re-apresentar o mesmo (porém, note-se, não do mesmo modo), essa certa cacofonia, seja o caminho possível para se aproximar daquilo que nos cerca. Uma tentativa de conferir espessura a um presente difuso, que nos escapa continuamente.

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