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PROXIMIDADES DESIGUAIS

Neste momento especial da contemporaneidade, vislumbramos no fazer artístico uma enorme permeabilidade no uso de procedimentos e materiais ao mesmo tempo que apresenta uma ausência de paradigmas. Em uma dinâmica em constante mutação, nunca se produziu tanto e de maneiras tão diferenciadas, sem estéticas preponderantes. Esta mostra se propõe reunir obras de um conjunto de artistas numa abordagem específica que vislumbre um pequeno segmento do que é produzido hoje na arte brasileira.

 

A produção artística na contemporaneidade está pautada na diversidade, nesta mostra procurou-se reunir uma variedade de procedimentos a serviço da poética e da individualidade na pesquisa das artes visuais. A exposição foi pensada e se apresenta como um dos recortes possíveis dentro de inúmeras produções que divisamos na atualidade, distintas tanto nas investigações poéticas quanto nas questões técnicas e de materiais utilizados. Os enfoques das obras expostas são desiguais denotando um ecletismo sem estéticas preponderantes, sem cânones ou padrões estabelecidos. Exatamente este é o caráter que as tornam ricas e atrativas. As questões estéticas são atemporais, apesar da extensa faixa etária das artistas, composto de distintas gerações, elas interagem e coabitam satisfatoriamente no tempo presente.

 

Além do fato de serem mulheres artistas, todas demonstram qualidades intrínsecas, contrapondo jovialidade e experimentação com maturidade e sabedoria formal. Cada uma delas, a sua própria maneira, apresenta em sua produção qualidades explicitas respondendo à questões poéticas da atualidade. O individual refletindo o universal e reverberando no coletivo, proporcionando obras sensíveis, contundentes, instigantes e inovadoras.

 

 

Sergio Niculitcheff

2020

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