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Gosto da Pintura de Ana Calzavara

Gosto da Pintura da Ana Calzavara. 

 

Em cada trabalho alguma coisa é subvertida; seja no ângulo improvável, no tempo retrocedido, urgente ou instável, no espaço estagnado, cozido em fogo brando ou silenciosamente expandido, seja na paleta de quem domina o “riscado”, seja numa conversa atravessada (em todos os significados) com a história da pintura, seja no distanciamento (e ai reside outro experimento) de uma tradição brasileira concreta-neo-concreta. Seja por uma não adesão a nenhuma tendência ou “estilo”. 

 

Seja, ainda, pelo compromisso com o mundo em que está e, excluindo narrativas e panfletos, revelar convicta — sem receios — o ordinário, o abandonado ou invisível por um olhar marcado pela exclusão. 

 

Bonito ver a vida brotar entre. Vê-la rompendo o cimento, o preconceito, a violência, o segredo, o poder e sua demência, a perversão e como a Rosa do Drummond impondo-se como flor. “Furando o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio” ou como Rosa sendo Drummond: “Viver —não é?”

 

Pinturas que chegaram agora na galeria e fizeram-me festa. 

 

Não sai dançando porque seria ridículo. E se fiz ninguém saberá.

Maneco Müller

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